Hip Hop Cover


Apontamentos sobre o texto: “Funkeiros, Timbaleiros e Pagodeiros: Notas sobre a juventude e música negra na cidade de Salvador” de Ari Lima

O Professor Ari Lima, em seu texto “Funkeiros, Timbaleiros e Pagodeiros: Notas sobre a juventude e música negra na cidade de Salvador”, discute como, num contexto racializado da associação entre juventude negra e música, surgem experiências que se desenvolvem como marcas identitárias, crítica social e ratificação de hierarquias raciais, de classe e gênero.
Juventude, nas palavras deste autor, “se define por um aprofundamento biológico do processo vital de um indivíduo, onde os jovens passam por notórias alterações orgânicas e anatômicas que os distingue de uma criança ou de um indivíduo adulto”. Enquanto decorre esse processo, os jovens costumam também sofrer de uma forte pressão social. Desta forma, a juventude torna-se mais do que o aprofundamento biológico do processo vital do indivíduo, mas um aprofundamento crítico ritualizado, integrador ou libertário em relação ao tempo, ao espaço e a ordem social, relacionados à aquisição de responsabilidades e elaboração de projetos de futuro.
Segundo Ari Lima, o debate sobre a juventude em contextos urbanos geralmente enfoca temas que esboçam uma preocupação em torno de desastres sociais e perspectivas de futuro para estes cidadãos em formação; como evasão escolar, violência e criminalidade, abandono social, sexualidade, inserção no mercado de trabalho ou conflito de gerações. Ao propor uma reflexão sobre a idéia de juventude através de sua relação com a música, o autor afirma não estar necessariamente desprezando esses temas. Ele aponta para a importância da música como instrumento configurador de uma experiência juvenil e negra afro-diaspórica, mas também como instrumento repositor de antigas dessemelhanças que, segundo ele, não estão nos genes.

"O Universo do Jovem Hip-hopeiro"


Apresentação

O hip hop é uma movimento cultural que se iniciou nos Estados Unidos como forma de reação aos conflitos sociais e a discriminação sofrida pelas classes menos favorecidas da sociedade urbana. É um gênero musical caracterizado pelo ritmo forte, acelerado e letras longas, quase recitadas que tratam em geral de questões cotidianas da comunidade negra e pobre. Esse ritmo serve como movimento de reivindicação de espaço e voz nas periferias, influenciando também nas gírias correntes nos guetos das grandes cidades e como inspiração para criação de imagens grafitadas.
Este movimento chegou ao Brasil no início da década de 80 por intermédio de equipes de baile, revistas e discos internacionais inicialmente vendidos em São Paulo. E foi adotado em sua maioria por jovens negros e pobres das grandes cidades como forma de discussão e protesto contra o preconceito racial, a miséria e a exclusão.
Referências Bibliográficas